Desculpa se te chamo de amor...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ele vai voltar.



Eu sei que você vai. Vi isso nos seus olhos naquela quarta-feira passada, quando você veio na minha casa. Você vai voltar independente da sua atual namorada, que quando ela vai pra cidade em que nasceu, em algum lugar muito pequeno de Minas Gerais, você liga pra mim no minuto seguinte, afim de fazer qualquer coisa: comer, ir num bar, num shopping, ou ficar na piscina da minha casa – qualquer coisa que me envolva. Você não fala, mas eu sei.
Você vai voltar, independente de quão livre você quer se sentir, quando estiver solteiro, ou independente de qualquer mulher magra que passe na sua vida. Você vai voltar por que você ama minhas neuroses e ama, principalmente, me deixar claro, mesmo que seja no meio de um desabafo de quão horrível eu me acho, que, pra você, eu já era linda quando você era apaixonado por mim e que eu ainda continuo sendo, mesmo depois desses anos todos.
Você vai voltar por que você ainda tem aquela veia sadomasoquista e eu ainda tenho aquela veia de quem gosta de pisar, ser irônica, sarcástica e tudo mais o que você passou nesses anos todos, correndo atrás de mim.
Você vai voltar, independente do passado que, segundo você, te fez alguém mais frio hoje, no presente. Eu sei que isso não é verdade, assim como você também sabe. Você é o mesmo de cinco, quatro, três anos atrás.
Você vai voltar porque ontem, quando eu estava com minhas amigas em um lugar qualquer e jurei ter te visto passar na rua – e ter me ignorado por estar de mãos dadas com uma mulher – e te liguei, você disse que, apesar de estar ainda na faculdade àquela hora da noite e de estar cansado, iria passar na sua casa, tomar um banho e me encontrar lá. E eu não tinha nem cogitado essa idéia, até então.
Você vai voltar por que ontem, nos cinco minutos de uma quase-crise que eu entrei, em um lugar movimentado, com um monte de pessoas olhando, você me abraçou e disse que ia ficar tudo bem e que eu teria você do meu lado, caso eu precisasse.
Você vai voltar com o seu jeito simplista de ver as coisas, pra bater de frente com o meu complexo e profundo, de querer enxergar tudo nas entrelinhas. Eu enxergo você nas entrelinhas.
Você vai voltar porque adora minha ansiedade que, segundo palavras suas, estão presentes em todas as poucas partes minhas que você conhece.
Você vai voltar e eu provavelmente não saberei o que – mais uma vez – como agir, fazer e aceitar que alguém tenha sentimentos tão grandes por mim.
Você vai voltar, vai olhar pra mim e rir, eu vou te chamar de imbecil com um sorrisinho no rosto, sabendo intimamente que não, você não voltou. Por que você nunca nem foi.

9 comentários:

  1. Nossa adorei o texto
    Cheio de personalidade e determinação

    Beijosss

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  2. Vai sim querida, tenha fé (:
    E peça a Deus que no momento certo a hora vai chegar.

    bjs!

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  3. "Volta...pois meu corpo está acostumado"

    Rs

    Adoro essa música, flor, adoro!

    Tem gente que é como móveis e utensílios na nossa vida. Sorte a nossa.

    Um beijo.

    ℓυηα

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  4. Lindo, lindo.
    Penso, que ainda melhor do que uma pessoa voltar para nós é percebemos que ela nunca se foi, como você descreveu na última frase.

    "Você vai voltar, vai olhar pra mim e rir, eu vou te chamar de imbecil com um sorrisinho no rosto"
    Eu imaginei essa cena perfeitamente aqui, rs.

    Grande abraço flor.

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  5. Complicado quando a gente perde algo que parece que temos, quando na verdade, esse algo está do nosso lado né?

    Gostei muito da forma que você consegue naturalizar seus pensamentos, fazendo com que haja descrição muito parecida com a da realidade. De toda forma, estou te seguindo tá?

    Um grande beijo!

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  6. Ahhhh! Que lindo *-*

    Eu to com saudade de alguem que nem foi ainda...

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  7. Olá Isabelle, a esperança a nossa forca motriz, enquanto esperas tu deixas para nós um mar de lindas palavras...
    Sigo teu blog, ele é lindo!

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  8. Ter a ceeteza de que ele vai voltar é uma coisa: esperança. E perceber que ele nunca foi é outra coisa: fidelidade. Duas coisas lindas e positivas.

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  9. Isa,

    Enquanto lia pensei ela escreve sobre alguém que nunca foi,mas não está, quero dizer inteiro.Difícil.

    Gosto da transparência corajosa dos teus textos, da complexidade e tudo mais que não revela.

    Beijos,

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